Quinta-feira, 6 de Março de 2008
“As capacidades acrobáticas, as fantasias, a música, as luzes, os cenários – todos estes elementos contribuem para o poder e a beleza da ilusão”, diz Nicolette Naum, Directora Artística dos espectáculos Quidam e Varekai, do Cirque du Soleil.
Nicolette passou vários anos como artista de rua, atravessando o Canadá de uma ponta à outra com o marido da altura, apresentando um acto de malabarismo muito aclamado. O casal era uma espécie de parte solta de uma família nómada de artistas de circo que incluía malabaristas, palhaços, músicos, e que deixava as multidões completamente espantadas com as suas acrobacias.
O duo aventurou-se depois pelos Estados Unidos da América, fazendo em seguida uma digressão pela Europa e Austrália, realizando espectáculos em espaços mais convencionais, como por exemplo o National Arts Centre, Ottawa. Em 1979 receberam uma bolsa para estudar Commedia dell'Arte na Califórnia.
Em 1991, Nicolette Naum juntou-se ao Cirque du Soleil inicialmente na parte de selecção do elenco. Em 1998, tornou-se a Coordenadora Artística da digressão europeia do Quidam. É a Directora Artística do Varekai desde 2002 e também do Quidam, desde 2005.
“A minha principal função é desafiar os artistas”, explica. “Sendo eu própria uma artista, acabo por compreender melhor as exigências emocionais e os riscos físicos envolvidos”.
“No circo, a atmosfera sonora é um poderoso canal de emoções. Pode indicar perigo, aumentar a tensão ou fazer disparar o riso. É impossível fugir à sua influência. O meu desafio é usar todas as ferramentas certas para criar a atmosfera capaz de transmitir as intenções do director criativo e, ao mesmo tempo, destacar a música e o desempenho dos artistas”.
Durante quase 20 anos, François Bergeron tem explorado mil e uma maneiras diferentes de tocar o coração do público em todo o mundo – através do som. O seu trabalho no Cirque du Soleil (Nouvelle Expérience, Saltimbanco, Quidam, “O” e La Nouba) já viajou por todo o globo, granjeando-lhe vários prémios. A revista Entertainment Design nomeou-o Sound Designer do Ano, em 1996, pelas suas instalações multimédia apresentadas na loja principal da Nike, em Nova Iorque, e pelo trabalho em Quidam, do Cirque du Soleil. Em 1999, ele e a equipa de designers do espectáculo “O” receberam o prémio da Themed Entertainment Association (THEA) na categoria “Live Show”.
Para além das suas numerosas contribuições como designer de som, François Bergeron foi o homem por detrás dos comandos das 560 apresentações da digressão norte-americana do espectáculo Nouvelle Expérience.
Em 2002, alguns meses antes da criação de Varekai, produziu os efeitos sonoros para a nova atracção Templo del Fuego, em Espanha (na Universal Studios/Port Aventura), para além de ter participado na criação do novo parque temático Tokyo DisneySea, no Japão (Porto Paradiso Water Carnival, DisneySea Symphony e Mermaid Lagoon Theatre, entre outros, para a Walt Disney Entertainment). Desde 1990, tem trabalhado para vários museus e produtores de espectáculos de variedades, produções teatrais e musicais na Europa, Ásia e América do Norte. Em 1997, recebeu o Prémio Drama-Logue pela sua contribuição no musical Peter Pan, com Cathy Rigby, que esteve na Broadway de 1997 a 1999, além de ter andado em digressão.
François Bergeron nasceu em 1964, em Saint-Hyacinthe, no Quebeque.
“O meu trabalho baseia-se em conversas com o director para esclarecer qual a intenção e visão do espectáculo. Nessa altura, e só nessa altura, é que começo a imaginar a forma como vou apresentar ao espectador uma interpretação do que se está a passar no palco”.
A dirigir a iluminação do espectáculo KÀ, Luc Lafortune está a contribuir para a sua décima segunda criação para o Cirque du Soleil. Luc tem estado ligado ao Cirque du Soleil desde o seu início em 1984. Nesse ano, foi contratado como técnico de iluminação dos bastidores. No ano seguinte, encontrava-se na cabina de controlo da iluminação durante a digressão de oito meses da jovem companhia. Em 1986, passou a ser designer de iluminação. Desde então, as suas criações de luzes têm feito digressões por todo o mundo.
No Cirque du Soleil, o seu currículo de criação inclui os espectáculos We Reinvent the Circus, Fascination, Nouvelle Expérience, Saltimbanco, Mystère, Alegría, Quidam, "O", La Nouba, Dralion, Varekai e ZUMANITY. Foi também co-director de fotografia para a gravação do vídeo do espectáculo Quidam.
Em 2002, trabalhou com o director Robert Lepage na criação da iluminação para a digressão mundial do cantor inglês Peter Gabriel, Growing Up. Muitos outros artistas e grupos de sucesso internacional têm reclamado os seu talentos. Desde 1996, tem trabalhado, entre tantos outros, com os No Doubt, The Eagles, os Gipsy Kings e com a companhia de circo suíça Salto Natale.
Luc Lafortune estudou Produção Teatral na Concordia University em Montreal. Inicialmente, interessou-se pela cenografia. “Um dia, durante um ensaio, descobri a capacidade da luz para definir um espaço, para dar uma enorme contribuição à imagem e ao espírito de um espectáculo!”, diz Luc. A experiência despertou nele uma paixão, visível ainda hoje em todo o seu trabalho.
A excelência do seu trabalho tem-lhe granjeado muitos prémios. Em 1992, o seu trabalho de iluminação para o espectáculo Saltimbanco valeu-lhe a atribuição do Prémio Drama-Logue Theater, prémio este dado pelos críticos da revista californiana de teatro com o mesmo nome. Em 1994, a revista Lighting Dimensions International (LDI) elegeu-o Designer do Ano. Em 1997, o espectáculo da Martin Professionals, The Atomic Lounge, onde Luc Lafortune foi director artístico, ganhou o prémio da LDI para o melhor espectáculo de luzes. Em 1998, recebeu o Prémio Entertainment Design pela sua iluminação no espectáculo "O".
Luc Lafortune é frequentemente convidado como orador, para partilhar os seus conhecimentos com alunos e profissionais por todo o mundo.
“Não vejo os movimentos como algo estilizado. Não me vejo como coreógrafa de qualquer tipo específico de dança”.
Uma mestra na emoção do movimento, Debra Brown é reconhecida mundialmente pelas suas coreografias únicas, que combinam o contorcionismo, a ginástica e a dança aérea. ZUMANITY é a sua nona criação para o Cirque du Soleil.
Apaixonada por acrobacia desde muito nova, Debra começou por estudar ginástica aos nove anos, explorando mais tarde as possibilidades criativas da dança. Depois de concluir os seus estudos em educação física na University of Western, Ontario, e em Artes, na York University, em Toronto, seguiu para Vancouver em 1978, onde criou coreografias para companhias de dança locais de renome e para a equipa de ginástica canadiana.
Em 1985, a conselho de uma amiga, Debra esgueirou-se para a Grande Tenda do Cirque du Soleil durante o intervalo para conseguir ver o resto do espectáculo. Conquistada pelo que viu, descobriu várias semelhanças entre a abordagem artística do Cirque e a sua própria abordagem. No ano seguinte, juntou-se à companhia como coreógrafa de We Reinvent the Circus, tendo depois realizado as coreografias para os espectáculos Nouvelle Expérience, Saltimbanco, Alegría, Mystère, Quidam, "O" e La Nouba.
Sempre disposta a diversificar e reinventar, Debra continuou a forjar o seu impressionante e pouco convencional percurso, trabalhando com artistas e grupos de uma ampla variedade de disciplinas artísticas. Na edição de 1990 do Festival Mondial du Cirque de Demain, em Paris, o seu trabalho com um grupo de contorcionistas – apresentando a sua famosa "coreografia quádrupla" onde quatro pessoas se tornam um veículo de qualidade – granjeou-lhe o Prémio de Most Outstanding Choreographer, atribuído pela imprensa soviética. Debra também criou números para a estreia mundial da ópera de John Corigliano, The Ghosts of Versailles, apresentada no Metropolitan Opera, em Nova Iorque, e para a ópera de Wagner, Das Rheingold, apresentada pela Lyric Opera de Chicago. Em 1995, trabalhou com Luciano Pavarotti na produção da La Fille du Régiment (A Filha do Regimento), apresentada na Metropolitan Opera, em Nova Iorque.
No topo da sua fama internacional, Debra virou-se para o universo da música rock, sendo a responsável pela parte coreográfica do vídeo “Jaded” e do enérgico espectáculo dos Aerosmith para os American Music Awards, de 2001, assim como para a digressão mundial de Madonna, Drowned World Tour, no mesmo ano. Debra trabalhou também com a cantora Björk.
Sempre desejosa de ultrapassar os limites da sua arte, Debra fundou o Apogee, em 1994, uma companhia em movimento que faz do trampolim a sua pista de dança. Foram apresentados excertos deste espectáculo em eventos de grande importância, tais como uma campanha de beneficência a favor da luta contra a SIDA, realizada por Elizabeth Taylor e Magic Johnson, em Los Angeles.
Ao longo dos anos, Debra tem recebido vários prémios e distinções. Na 14.ª edição dos Prémios Bob Fosse, em Los Angeles, em 1997, recebeu o Prémio Innovative Choreography em homenagem à sua excepcional contribuição para a coreografia e para a dança. Em 2002, levou para casa um Emmy pela sua coreografia num acto apresentado pelo Cirque du Soleil na entrega dos Prémios da Academia.
Debra Brown nasceu em 1954, em Brantford, Ontário.
“Compor é como dançar com o universo, num perpétuo movimento de criação de uma dança em constante mudança. A música, em todos os seus sentidos, é exactamente o que implica: a música é uma experiência que toca todos os sentidos. Pode fazer-nos chorar, ou encher os nossos corações de alegria, despertar a paixão sexual, evocar memórias e estimular respostas físicas de todos os tipos”.
Como director musical e compositor, Benoit Jutras tem realizado trabalhos que despertam todos os sentidos dos espectadores e dos amantes de música. Para além de compor para os espectáculos Quidam, “O” e La Nouba do Cirque du Soleil, também foi responsável pela banda sonora do filme Imax Cirque du Soleil Journey of Man (uma co-produção da Sony Pictures Classics e do Cirque du Soleil) e por toda a versão do Alegría, dirigido por Franco Dragone. Mesmo antes de criar estas cinco produções, Benoit Jutras já era um músico muito importante no Cirque du Soleil.
Começou a sua carreira com o Cirque em 1987, como director musical, trabalhando durante três anos na digressão We Reinvent the Circus, e passando, mais tarde, a director musical e co-compositor dos espectáculos da Digressão Europeia de 1990. Em conjunto com René Dupéré, compôs as bandas sonoras para os espectáculos Mystère e Fascination. Também escreveu a música e foi responsável pela direcção musical do espectáculo apresentado pelo Cirque du Soleil na Cimeira do G7, em Halifax, em 1995.
Em 1996, Benoit Jutras foi nomeado Best Circus Composer (melhor compositor para circo) no Festival Internacional de Circo de Monte Carlo. O prémio reconheceu o seu incrível trabalho como compositor e director musical num espectáculo conjunto entre o Cirque du Soleil e o Cirque Knie, que foi apresentado na Suíça.
Em 2000, compôs a banda sonora para a produção italiana Francesco Il Musical, baseado na vida e época de São Francisco de Assis. O espectáculo foi apresentado na cidade de Assis para marcar o advento do novo milénio.
Benoit Jutras tem um Mestrado em Composição pelo Conservatório de Música de Montreal, que lhe atribuiu dois grandes prémios.
“Tenho uma inclinação para tecidos nobres e para materiais naturais, como o linho e a seda, porque acentuam a beleza natural do corpo dos artistas”.
Dominique Lemieux criou o guarda-roupa de todas as produções do Cirque du Soleil entre 1989 e 1998. Cada um dos espectáculos We Reinvent the Circus (1989), Nouvelle Expérience (1990), Saltimbanco (1992), Mystère (1993), Alegría (1994), Quidam (1996), "O" e La Nouba (1998) têm a sua marca única.
Como criadora de guarda-roupa, Dominique faz muito mais do que simplesmente vestir os artistas. As suas criações são fundamentais para que todas aquelas personagens fantásticas que pululam no universo do Cirque du Soleil sejam possíveis.
Com um olhar de especialista, Dominique combina cores, padrões e tecidos, formando trajes fabulosos. Porém, a sua escolha de materiais não se prende exclusivamente a considerações estéticas. Para Dominique, calcular a reacção das fibras à pele, ao movimento, ao fogo ou à água tem uma importância vital e é um trabalho que ela faz sem nunca perder de vista as necessidades dos artistas.
A paixão de Dominique pelo desenho começou quando ela ainda era muito nova, levando-a estudar artes na Concordia University. Depois de ter concluído o seu curso, trabalhou como designer artística e como ilustradora de livros infantis. Mais tarde, inscreveu-se no Curso de Cenografia da National Theatre School (NTS) do Canadá, onde os cursos que tirou em desenho e criação de roupa levaram a sua carreira numa direcção completamente nova.
De 1986 a 1988 trabalhou como assistente de François Barbeau, um dos maiores figurinistas de Montreal, que também foi professor na NTS. Durante este período, as suas criações podiam ser vistas em palcos espalhados por toda a cidade. As suas capacidades passaram rapidamente a ser desejadas por todos os directores de teatro no Quebeque.
Para criar o guarda-roupa para o Corteo, Dominique Lemieux quis acentuar a beleza natural dos artistas. “A abordagem teatral do espectáculo distingue-o dos anteriores espectáculos do Cirque du Soleil”, explica, “estamos mais próximos do circo tradicional, onde a humanidade dos artistas é exposta. E essa humanidade é traduzida em roupas que se parecem com as usadas na rua”.
Desde que se juntou ao Cirque du Soleil em 1988, Dominique Lemieux não parou de fascinar os espectadores por todo o mundo com as suas impressionantes criações.
Dominique Lemieux nasceu em 1957, em Montreal.
De 1990 a 1998, os ambientes de todas as produções do Cirque du Soleil saíram directamente da imaginação de Michel Crête: ele foi o responsável pela cenografia de Nouvelle Expérience, Fascination, Saltimbanco, Mystère, Alegría, Quidam, “O” e La Nouba. Além disso, esteve também envolvido no design dos três teatros que acolhem os espectáculos do Cirque du Soleil em Las Vegas e Orlando. Em 1998, Michel Crête recebeu o prémio de design para entretenimento Production of the Year pelo espectáculo “O”.
Michel Crête veio para o Cirque du Soleil em 1986 como figurinista para o espectáculo We Reinvent the Circus. As suas criações para esse espectáculo, que foi também gravado para televisão, mereceram-lhe um Gémeux e um Gemini (prémios de reconhecimento do trabalho dos artesãos para a televisão no Canadá) pelo melhor guarda-roupa para um espectáculo de variedades.
Depois de ter concluído os seus estudos cenográficos na National Theatre School of Canada (Escola Nacional de Teatro do Canadá), em 1984, Michel Crête tornou-se um dos mais requisitados cenógrafos em Montreal. Entre 1985 e 1991, fez o guarda-roupa e os cenários para quase quarenta peças, trabalhando com reconhecidos directores e estrelas em ascensão no domínio teatral do Quebeque. Três vezes seguidas, de 1989 a 1991, o Théâtre du Nouveau Monde de Montreal atribui-lhe o prémio Gascon-Roux pela melhor cenografia.
Em 2001, desenhou a grande tenda e criou os cenários para Cheval, uma produção da companhia Cheval-Théâtre fundada por Gilles Ste-Croix.
Quando Gilles Ste-Croix disse aos pais que queria fazer a sua carreira no mundo do espectáculo, eles disseram-lhe: “Tudo menos isso!”. Ste-Croix cresceu na zona rural do Quebeque, mas estava determinado a não permanecer ali. Tornou-se num hippie nómada, vivendo em comunidades e fazendo a obrigatória peregrinação da década de 1960 à Costa Oeste. Ali, viveu em comunas e assistiu a algumas aulas de teatro.
Ste-Croix tentou, verdadeiramente, integrar-se, trabalhando no escritório de um arquitecto durante algum tempo mas, no fundo, sabia que não tinha sido talhado para uma carreira profissional tradicional. Ao mesmo tempo, a sua busca por uma vocação não era, de forma alguma, sem propósito nem vazia. Ele afirma que, desde a adolescência, sempre sentiu um claro impulso para vencer e um desejo igualmente forte para entreter. Porém, a sua entrada no mundo do espectáculo aconteceu da forma menos usual e mais imprevisível.
No final da década de 70, Gilles Ste-Croix vivia numa comuna em Victoriaville, no Quebeque, onde colhia maçãs para ganhar dinheiro. Um dia, começou a pensar que o seu trabalho seria facilitado se conseguisse atar uma escada às pernas. Assim criou o seu primeiro conjunto de andas.
Mais tarde, um amigo falou-lhe do Bread and Puppet Theater ali perto, em Vermont, que usava as andas como parte central de muitos dos seus espectáculos. Ste-Croix foi ver a companhia e deu-se conta de que a sua habilidade na utilização das andas para a colheita da maçã podia, efectivamente, ser muito útil no mundo do espectáculo.
Em 1980, Gilles Ste-Croix e um grupo de artistas de rua fundaram os Échassiers de Baie-Saint-Paul e organizaram um festival de espectáculos de rua chamado Fête Foraine de Baie-Saint-Paul. Foi este espectáculo que acabou por levar à criação do Cirque du Soleil, em 1984, com Guy Laliberté.
Em 1984 e 1985, Gilles Ste-Croix criou e realizou vários actos com andas para o Cirque du Soleil. Em 1988, Ste-Croix tornou-se o Director Artístico do Cirque, sendo, simultaneamente, responsável pela coordenação da procura de novos talentos, que se estendeu aos quatro cantos do mundo. Foi o Director Criativo de todas as produções do Cirque du Soleil de 1990 a 2000: Nouvelle Expérience, Saltimbanco, Alegría, Mystère, Quidam, La Nouba, “O” e Dralion. Em 1992, dirigiu Fascination, o primeiro espectáculo do Cirque du Soleil apresentado em arenas no Japão. Também dirigiu o absolutamente inovador espectáculo de jantar/cabaré Pomp Duck and Circumstance, em 1997, na Alemanha.
Em 2000, ainda como consultor do Cirque du Soleil, Gilles Ste-Croix decidiu realizar o seu maior sonho: inspirado pela sua paixão por cavalos, Ste-Croix fundou a sua própria companhia para produzir o espectáculo Cheval-Théâtre, de 2003, que contou com 30 cavalos e com o mesmo número de artistas-acrobatas, que viviam em acampamentos, fazendo uma digressão por 10 cidades da América do Norte.
Em Dezembro de 2002, Gilles Ste-Croix voltou ao Cirque du Soleil como Vice-Presidente de Criação e Desenvolvimento de Novos Projectos e é a força impulsionadora por trás de LOVE. Em Julho de 2006 foi nomeado Vice-Presidente Sénior dos Conteúdos Criativos.
Um vasto número de criações do Cirque du Soleil tem a marca da visão poética e social de Franco Dragone. Entre 1985 e 1998, Dragone dirigiu nada menos do que 10 produções: Cirque du Soleil (1985), La Magie Continue (1986), We Reinvent the Circus (1987), Nouvelle Expérience (1990), Saltimbanco (1992), Mystère (1993), Alegría (1994), Quidam (1996), La Nouba e “O” (1998). A direcção do Alegría, que estreou na Primavera de 1999, esteve também a seu cargo.
Franco Dragone teve uma influência vital na criação da amálgama de culturas e variedades artísticas que caracterizam estas produções. Antes de embarcar numa duradoura parceria com o Cirque du Soleil, em 1985, Dragone trabalhou com inúmeras companhias de teatro na Europa.
Nascido em Itália, Dragone cresceu em La Louvière, uma comunidade industrial na Bélgica. Em 2000, pouco tempo depois de ter regressado à sua cidade natal, fundou a Dragone, uma companhia de criação e produção artística.
Em Setembro de 2002, o governo do Quebeque atribuiu-lhe o título de Knight da Ordre National du Quebec.
Guy Laliberté nasceu na Cidade do Quebeque em 1959. Tocador de acordeão, caminhante em andas e comedor de fogo, este ousado visionário fundou o primeiro circo internacionalmente reconhecido do Quebeque. Com a ajuda de um pequeno grupo que partilhava as mesmas ideias, Laliberté identificou e organizou os talentos dos artistas de rua da Fête Foraine de Baie-Saint-Paul e criou o Cirque du Soleil, em 1984.
Já na altura talentoso em várias artes, Guy Laliberté lançou-se rapidamente no mercado mundial para planear e manter o crescimento da jovem companhia. Apesar da falta de experiência do grupo, Laliberté conseguiu convencer as instituições financeiras a apoiar o seu projecto, conquistando-as com a originalidade e audácia próprias da juventude. Desenvolveu, também, uma rede de parceiros por todo o mundo, com o intuito de ajudar o Cirque du Soleil a criar fama no estrangeiro.
Guy Laliberté foi o primeiro a orquestrar o casamento das culturas e dos campos artísticos e acrobáticos, a imagem de marca do Cirque du Soleil. Desde 1984 tem orientado a equipa criativa na realização de cada espectáculo e tem contribuído para elevar as artes circenses ao nível dos grandes domínios artísticos.
Graças à visão e ao talento do seu fundador para juntar pessoas, o Cirque du Soleil tornou-se uma organização internacional, tanto ao nível da sua composição, como no âmbito das suas actividades e influência. Guy Laliberté é actualmente responsável por uma organização com actividades nos cinco continentes.
Em 2007, Guy Laliberté recebeu o prémio Ernst & Young Entrepreneur of the Year nos três níveis: Quebeque, Canadá e Internacional. Em 2004, recebeu o Order of Canada, a maior distinção no país, directamente do Governador Geral do Canadá. No mesmo ano, a Time Magazine elegeu-o como uma das 100 pessoas com maior influência em todo o mundo. Em 2003, foi homenageado pelo grupo Condé Nast como parte do Never Follow Program, um tributo a criadores e a inovadores. Em 2001, recebeu o título de Great Montrealer pela Académie des Grands Montréalais. Em 1997, Guy Laliberté recebeu a Ordre National du Québec, a maior distinção atribuída pelo Governo do Quebeque.